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Avanço Brasileiro na Estimulação Cerebral Profunda | Novo Tratamento Mais Acessível para Dor Crônica e Parkinson

Pesquisa da USP desenvolve um sistema inovador de Estimulação Cerebral Profunda com componentes de baixo custo, prometendo tornar o tratamento mais acessível e eficiente


Pesquisa da USP desenvolve um sistema inovador de Estimulação Cerebral Profunda com componentes de baixo custo, prometendo tornar o tratamento mais acessível e eficiente
Novo Tratamento

(Foto: Divulgação)


Uma pesquisa inovadora conduzida por cientistas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) trouxe uma nova abordagem para o tratamento de condições como dor crônica, Parkinson e obesidade. O estudo, publicado recentemente, aprimorou a técnica de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) com a introdução de um sistema completo que utiliza componentes comerciais de baixo custo, o que pode tornar o tratamento significativamente mais acessível.


A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma técnica consolidada, aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) desde 1997. A técnica envolve um procedimento cirúrgico para implantar um neuroestimulador que envia impulsos elétricos suaves para partes específicas do cérebro através de eletrodos. Esses impulsos são ajustados em corrente elétrica baixa e pontos estratégicos conforme necessário para cada tratamento.


O diferencial do novo sistema desenvolvido no Brasil é a utilização de componentes mais econômicos e a superação dos desafios enfrentados pelos dispositivos DBS tradicionais.


Como explicou o professor João Paulo Pereira do Carmo, coordenador do estudo, a maioria dos dispositivos DBS existentes gera apenas um conjunto específico de ondas pré-definidas e usa sinais de corrente constante, o que limita a personalização do tratamento. “A maioria dos dispositivos usados na técnica permite gerar apenas um conjunto específico de ondas pré-definidas, em sua maioria retangulares, dificultando ajustes para cada tipo de tratamento ou estado cerebral.”


O novo sistema brasileiro, por outro lado, utiliza a técnica de DBS em malha fechada, que ajusta automaticamente os parâmetros de estimulação com base em biomarcadores variados. Isso proporciona uma terapia que se adapta e personaliza ao longo do tempo, ao invés de depender de ajustes manuais periódicos, como no DBS em malha aberta. “No DBS em malha fechada, a programação dos parâmetros de estimulação é automática com base em biomarcadores diversos”, explicou Carmo.


Além dos benefícios clínicos, o desenvolvimento do dispositivo oferece vantagens socioeconômicas significativas. “Conseguimos desenvolver um microdispositivo e um sistema completo de DBS em malha fechada. Seguimos no avanço da pesquisa que, para além de todas as suas contribuições para a área médica, também traz benefícios na questão socioeconômica, não só tornando o País independente da importação destes dispositivos médicos, como até oferecendo o sistema globalmente”, destacou Carmo.


O próximo passo na pesquisa inclui testes em animais, refinamento dos protótipos e integração dos dispositivos para implantação. Com essas inovações, o tratamento de condições neurológicas e outras doenças poderá se tornar mais acessível e eficaz, beneficiando pacientes em todo o mundo.


 



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