Pesquisadores da UFMG estão desenvolvendo uma vacina nacional para combater a mpox, uma doença recentemente declarada emergência global pela OMS
(Foto: Divulgação)
A mpox, uma doença recentemente classificada como uma nova emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem gerado preocupação mundial devido à sua rápida propagação e à nova variante 1B, que se revelou mais contagiosa. Para enfrentar essa ameaça, cientistas brasileiros estão desenvolvendo uma vacina nacional contra a mpox, com o objetivo de conter o avanço do vírus.
O Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está liderando o desenvolvimento de uma vacina nacional para a mpox. Esta iniciativa faz parte da Rede Vírus, um comitê de especialistas em virologia criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Até o momento, a vacina ainda não foi testada em humanos, mas a equipe da UFMG está avançando com o projeto.
Os pesquisadores receberam do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos um material conhecido como vírus-semente. Esse patógeno é um vírus atenuado similar ao da mpox, chamado Vaccínia Ankara Modificado, que serve como base para o desenvolvimento da vacina. O próximo passo é replicar o vírus-semente em laboratório para permitir a produção em larga escala do imunizante. A meta é disponibilizar a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo uma solução local para o problema global.
Atualmente, a OMS autoriza duas vacinas para o combate da mpox: o Jynneos, produzido pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e o ACAM 2000, fabricado pela farmacêutica norte-americana Emergent BioSolutions. Embora essas vacinas sejam eficazes, a capacidade de produção é insuficiente para atender à demanda global. A OMS estima uma necessidade de 10 milhões de doses apenas para o continente africano.
Conhecida anteriormente como varíola dos macacos, a mpox foi renomeada pela OMS no final de 2022. O vírus causa lesões na pele, especialmente no rosto, podendo se espalhar para outras partes do corpo, incluindo a região genital. Os sintomas incluem febre, fadiga e dores. Descoberta no final da década de 1950, a mpox tem sofrido mutações que aumentaram a sua transmissibilidade entre humanos nos últimos anos. Apesar dessas mutações, muitas variantes do vírus permanecem "silenciosas", sem alterar as proteínas virais essenciais para escapar da resposta imunológica.
A mpox tem uma transmissão peculiar, que depende do contato físico próximo e prolongado. Atualmente, não há tratamento específico para a doença, e a gravidade dos casos pode variar dependendo da idade e da condição de saúde da pessoa infectada.
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