Herdeiros da grife italiana fizeram críticas à representação das figuras retratadas, e como a história foi alterada para "beneficiar" Patrizia Reggiani
(Reprodução)
O filme Casa Gucci estreou no último fim de semana, e já virou assunto na internet nos últimos dias. E nesse contexto, a família Gucci original divulgou uma declaração a respeito do longa, com críticas à direção de Ridley Scott. Conforme foi compartilhado pela Variety nesta segunda-feira (29), os Gucci estão insatisfeitos com a produção estrelada por Lady Gaga.
Na carta, é dito que as figuras apresentadas em House of Gucci foram interpretadas de forma errada, e que a produção não fez questão de consultar os herdeiros antes. "Os produtores do filme não se importaram em procurar os herdeiros da família, antes de descrever Aldo Gucci (Al Pacino) e os membros dos Gucci como bandidos, ignorantes e insensíveis ao mundo", diz a declaração.
Também foi escrito que o longa retrata os Gucci com "tons e atitudes nos eventos conhecidos que nunca pertenceram a eles".
"Isso (o filme Casa Gucci) é extremamente doloroso, do ponto de vista humano, e também um insulto ao legado em que esta empresa foi construída e é pautada hoje".
Os membros da família italiana demonstraram preocupação com a representação de Ridley Scott, e como isso poderia afetar negativamente o nome da marca. "A Gucci é uma família que vive para honrar o trabalho de seus ancestrais, cuja memória não merece ser deturpada para um filme que não é verdadeiro, e que não faz justiça aos seus protagonistas", complementa a grife.
Patrizia Reggiani, interpretada por Lady Gaga, também foi mencionada pelos representantes da Gucci
A conversa toda sobrou até mesmo para Patrizia Reggiani ( feita por Lady Gaga); afinal, a história de Casa Gucci gira ao redor do assassinato de Maurizio Gucci (Adam Driver), pelo qual Patrizia foi condenada. Na carta, os representantes da família dizem que o filme teria tentado alterar a ordem dos fatos, o que poderia beneficiar a imagem de Reggiani dentro de um ambiente "culturalmente masculino".
Segundo os Gucci, o ambiente de trabalho e de inclusão vivido pela personagem de Lady Gaga não representou o verdadeiro. De acordo com a marca, na época em que o filme se passa, as mulheres já ocupavam cargos grandes dentro da grife, e que existia sim representatividade feminina.
"Isso não poderia ser mais distante da verdade. Ao longo dos 70 anos de história como um negócio familiar, a Gucci foi uma companhia inclusiva. Precisamente nos anos 1980, contexto em que o filme é ambientado, as mulheres estavam em muitas posições altas lá dentro: fossem membros da família ou pessoas de fora. Isso incluía também o cargo de presidência da Gucci americana, a head de RP Global & Comunicação, e uma membro do grupo de diretores da Gucci America".
Por fim, a marca diz que a Gucci "se reserva de todo o direito de proteger seu nome, imagem e dignidade daqueles que amam". Casa Gucci está atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros.
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