Novo Estudo Internacional Afirma que Radiação de Celulares Não Está Ligada ao Aumento de Casos de Câncer
(Foto: Divulgação)
A conexão entre o uso de celulares e o risco de câncer cerebral tem sido um tema de debate por décadas. No entanto, um estudo recente pode finalmente responder a essa questão de forma definitiva. A dúvida começou a ganhar atenção em 1993, quando David Reynard, da Flórida, processou a NEC America alegando que a radiação do celular contribuiu para o câncer cerebral de sua esposa. Embora o processo tenha sido rejeitado, a alegação popularizou a ideia de que celulares poderiam causar câncer.
Em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS), através da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), classificou a radiação dos celulares como um possível carcinógeno. A inquietação sobre os efeitos da radiação de celulares foi intensificada por um estudo de 2016 que sugeriu um possível vínculo com o câncer em roedores. No entanto, a relação entre radiação de celulares e câncer sempre foi alvo de questionamentos e revisões.
O mais recente estudo, conduzido pela OMS e liderado pela Agência Australiana de Proteção contra Radiação e Segurança Nuclear (ARPANSA), analisou mais de 5 mil pesquisas e 63 estudos relevantes realizados entre 1994 e 2022. O estudo concluiu que, apesar do aumento significativo no uso de celulares, não houve um aumento correspondente nos casos de câncer cerebral ou cânceres de cabeça e pescoço, mesmo entre usuários intensivos com mais de 10 anos de uso.
A pesquisa também avaliou a exposição à radiação proveniente de torres de telefonia e ocupações com alta exposição, sem encontrar qualquer ligação significativa com o câncer. Mark Elwood, professor honorário de Epidemiologia do Câncer na Universidade de Auckland e coautor do estudo, explica que “a radiação de rádio usada em celulares é de baixa frequência e energia, semelhante à usada em rádio, TV e Wi-Fi, e não mostrou aumento de câncer.”
Os dados do estudo indicam que, com o uso global extensivo de celulares, seria esperado um aumento significativo nos casos de câncer cerebral se a radiação fosse realmente carcinogênica. No entanto, as taxas de câncer cerebral têm permanecido estáveis desde 1982. Ken Karipidis, da ARPANSA, enfatiza que a revisão atual, com um conjunto de dados muito maior do que o analisado pela IARC em 2011, confirma que “a exposição a ondas de rádio da tecnologia sem fio não representa um risco significativo para a saúde humana.”
Com essas conclusões, o estudo oferece uma resposta robusta e baseada em evidências à questão de longa data sobre se os celulares causam câncer cerebral. A pesquisa reforça a segurança do uso de celulares, tranquilizando o público quanto aos riscos associados à radiação dos dispositivos móveis.