Residentes de Riverside, Califórnia, adotam técnica de desfoque no Google Maps para proteger suas residências de criminosos, mas especialistas alertam para possíveis riscos
(Foto: Divulgação)
Com o crescente avanço tecnológico e a facilidade de acesso a informações online, muitos residentes nos Estados Unidos estão recorrendo a uma estratégia inusitada para proteger suas casas: desfocar suas residências no Google Maps. O movimento, que tem ganhado força na cidade de Riverside, Califórnia, visa reduzir a visibilidade das características do imóvel para possíveis invasores, de acordo com o departamento de polícia local.
A ideia por trás da estratégia é simples. Ao desfocar a imagem de sua casa no Google Street View, o proprietário consegue esconder detalhes importantes da residência, como a posição de bens valiosos, sistemas de segurança instalados e até mesmo eventuais vulnerabilidades arquitetônicas. Esse método, conforme explicou o professor de direito e ciências policiais Christopher Herrmann, "tem potencial de desviar a atenção de criminosos, evitando que a casa se torne alvo fácil".
Segundo Herrmann, ladrões em potencial muitas vezes usam o Google Street View para estudar suas possíveis vítimas antes de realizar um roubo. A ferramenta permite observar a localização e as características de um imóvel sem a necessidade de uma visita física, o que facilita o planejamento de ações criminosas. Nesse contexto, o desfoque aparece como uma forma eficaz de proteger a privacidade e a segurança dos moradores.
O processo para aplicar o desfoque na imagem de uma residência é bastante simples e pode ser feito por qualquer usuário do Google Maps. Os passos são os seguintes:
No Google Maps, pesquise pelo endereço desejado.
Entre na visualização do Street View e mire sobre a residência.
Clique no botão "Informar um problema" no canto inferior direito da tela.
Escolha a opção "minha residência" para aplicar o desfoque.
Após seguir esses passos, o usuário deve fornecer um endereço de e-mail para receber atualizações sobre a solicitação. Uma vez que a casa é borrada, o efeito é permanente e não pode ser removido.
Apesar dos potenciais benefícios, há um risco associado a essa prática. Como Herrmann pontua, "essa estratégia pode ter efeito contrário: criminosos podem começar a interpretar casas borradas como alvos mais valiosos". Em outras palavras, o desfoque pode chamar a atenção de invasores, que podem enxergar na ocultação um indicativo de que a casa esconde algo de grande valor.
Essa possibilidade levanta questionamentos sobre a eficácia da estratégia a longo prazo e sobre a necessidade de outras formas complementares de segurança. Afinal, enquanto o desfoque pode proteger a privacidade visual, ele não impede que invasores tentem outros métodos para acessar informações sobre o imóvel.
Se essa tendência continuar a crescer, não será surpreendente ver áreas residenciais inteiras desfocadas no Google Street View. Enquanto alguns veem isso como um avanço na proteção da privacidade, outros levantam preocupações sobre a acessibilidade e a transparência das informações disponíveis online.
Independente do impacto, o movimento reflete uma crescente preocupação com a segurança digital e o desejo dos indivíduos de controlar como suas vidas são exibidas e exploradas na internet. É um lembrete de que, na era da informação, a proteção da privacidade continua sendo um desafio constante e em evolução.
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