Como o título no início do filme sugere, esse é apenas a primeira parte dessa história
No momento em que os créditos finais começaram, tinha certeza de que havia assistido algo especial. Ao mesmo tempo que aplaudo o feito de Villeneuve - visto a complexidade da obra criada por Frank Herbert, refletida claramente nas adaptações que fracassaram no passado - percebo o peso que ele jogou em suas costas para os próximos capítulos, e tudo por mérito próprio.
“Duna” (2021) é introduz o público a uma história épica. Tudo presente no filme tem um nível de qualidade exemplar, desde o elenco super estrelado em que todos cumprem seu papel com bastante competência, o design de produção impecável, a direção e fotografia que nos deixa contemplar tudo aquilo que estamos vendo, e aquilo que eu imagino que é o ponto alto de toda a produção: o som de Duna.
Na minha opinião, Hans Zimmer entrega aqui o melhor trabalho de sua lendária carreira. A épica trilha sonora navega durante todo o filme, e nos guia em meio a essa jornada. Ela é a grande responsável por criar todo o clima épico que estamos presenciando, desde os momentos mais “altos”, a breves e inquietantes momentos de silêncio.
O filme começa com uma narração de Chani, personagem interpretada por Zendaya, e que surpreendentemente aparece bem pouco, o que pode enganar aquelas pessoas que forem aos cinemas para assistir ao “filme do Timothée com a Zendaya", mas fica claro de que ela será uma peça vital para o andar da carruagem.
Vou aproveitar a deixa e falar sobre as atuações do “casal principal”, que é bom. Não é nada demais, até mesmo por que seus personagens, pelo menos até então, não exigiram muita dramaticidade, o que não é o caso da personagem da Rebecca Ferguson, a mãe de Paul (personagem de Timothée), que mostra dois lados de sua personalidade: a Senhora Jéssica Atreides, forte e bastante poderosa, e a Bene Gesserit, bastante religiosa e submissa a sua superior.
De forma bastante simplificada, temos uma história em que o protagonista é “o escolhido” e que segundo as lendas irá salvar o mundo de Arrakis, o Muad’Dib.É a típica jornada do herói, e neste filme temos o início de sua história.
Ao todo, não dá para identificar “Duna” (2021) como uma história fechada por si só, é claramente apenas o início de algo épico, e isso o filme de Villeneuve faz com muito brilho.