O que você encontrará nesta crônica:
Por que existe tanta inveja nos nossos meios? Todos estamos envoltos na necessidade de ter, de possuir bens materiais e não materiais. Esse querer é saudável e nos impulsiona a um crescimento na vida. Uma consciência plena das reais necessidades seria de grande valia pois, a falta dessa consciência faz crescer a semente da cobiça desmedida do querer e do se comparar. A pessoa invejosa sente dor pela felicidade do outro, se envenena. Geralmente são pessoas próximas, facilitando sua prática que vai de roubo ou até a destruição de suas vidas. Você conhece alguém assim ou viveu algo semelhante?
I. Ponto de referência.
Antes de tudo, acalme-se.
Respire fundo.
Isole a palavra inveja dos seus pensamentos.
Deixe fora da sua mente as pessoas que sabe, tem forte esse sentimento.
Dê alguns minutinhos para ler essa crônica.
Quem sabe lá no final, você poderá ter uma visão diferenciada dessa tal inveja.
Respire fundo novamente...
Sorria um pouco.
Pronto?
Vamos lá....
É muito comum ter passado, por um ou vários constrangimentos, provocados por alguém invejoso. Quando vem de pessoas próximas então, a decepção pode ser enorme. Torna-se desastroso para si quando surge o rancor, ou se tenta devolver na mesma moeda utilizando-se das mesmas maneiras.
Essa é uma situação totalmente contornável, evitável e simples de se lidar. Basta que se mude o ponto de referência.
Não entendi....
Tomemos como exemplo uma gangorra: de um lado “você conhecimento” e do outro “emoções de outrem”.
Quando o lado das emoções negativas ou emoções de outrem começam a pesar mais, você deve aumentar suas doses de conhecimentos. Ou seja, dar compreensão pelos fatos e atos da outra pessoa, que está na outra ponta da gangorra.
Analisar e observar que, se você está dentro dos conhecimentos e princípios, pode anular as forças. Como por exemplo: uma pessoa com excesso de vaidade, basta você entender que ela precisa se expor de todas as maneiras para chamar a atenção dos outros. Serão assim compreendidas suas ações, dentro da realidade, dos limites e valores da vida dela. Uma vez compreendida, restaurado estará o equilíbrio, e alterado o ponto de referência.
Contudo, caso venha a sentir incômodos é sinal que precisa trabalhar seu interior. Algo dentro de você está dizendo que alguma coisa pede por compreensão, que deve ser analisada, reciclada, ressignificada e ou descartada. De qualquer forma, entender os seus sentimentos promoverá uma expansão de consciência.
Dentre as guerras de emoções, se destaca muito a inveja.
II. Cobiça e a dor da inveja.
O desejo de querer ter o carro do ano igual ou melhor que o do vizinho, o desejo de querer possuir uma família feliz igual à da sua amiga, de querer fazer viagens como as amigas de happy hour, de uma casa esplendorosa de uma revista de arquitetura, de um marido atencioso e fiel, desejar o sucesso profissional e financeiro da colega do outro setor da empresa, são considerados como cobiças, diferentemente de inveja. O fato de querer possuir dessa forma, pode ser entendido como uma alavanca para um crescimento de vida.
Mas como assim?! Podemos entender que isso incentiva a conquistar os padrões desejados, ou até mais, atingindo um patamar melhor. Pode ser uma ferramenta de upgrade, a cobiça pode ser usada para o lado bom.
No entanto, quando a pessoa sofre e sente dor pela alegria do outro, ou até mesmo tenta destruir os bens materiais e imateriais que o outro tem, então assim podemos chamar de inveja. A inveja é classificada como um dos sete pecados capitais na filosofia.
Notamos com facilidade esse estado de desequilíbrio, em atitudes em que a pessoa quase sempre, e simplesmente, é sarcástica ou ironiza o que você possui.
- “Vi você com um carro novíssimo! Mas eu acho que esse modelo....”
- “Torço muito pelo seu casamento, mas amiga veja bem, seu marido... “
- “Seu filho está estudando medicina, que legal, mas o mercado está difícil....”
- “Olha só a cor daquele vestido dela...”
A inveja geralmente acontece com as pessoas mais próximas de você, que conhecem a sua vida e tudo o que possui. Como colegas de trabalho, “amigos” de encontros e da rede social, mas principalmente aqueles parentes próximos. Acontece assim por uma simples razão; na comparação com alguém próximo a imagem dessa pessoa vem de forma muito rápida, quase que instantânea, então fica fácil de montar no seu pensamento. Afinal, pela convivência próxima, ela conhece tudo sobre você.
No fundo, a inveja é a dor que a pessoa sente pela sua felicidade e ou pelo seu sucesso. A inveja cega a capacidade de crescimento, pois muitas vezes a pessoa passa a vida tentando acabar com a felicidade do outro, e não tendo tempo para criar algo bom para si. Nunca se ouve dizer que se tem inveja pela depressão do outro, por uma doença terminal, por brigas da família, pelo mau caráter de um colega de trabalho.
A inveja é diferente também de ciúmes.
Um treinamento eficaz seria, jamais se incomodar com as provocações desse tipo de pessoa, mesmo que as provocações sejam repetitivas, e geralmente o são.
E os padrões que usam são os mesmos. Passam por três etapas.
Primeiramente ela usa provocações indiretas, e com um pouco de conhecimento dos princípios básicos, ficamos horrorizados com tais atitudes.
Logo em seguida ela usa palavras maldosas. Porém, como isso é de seu uso constante e repetitivo, já não ficamos mais horrorizados e passamos a enxergar a situação como cômica e ridícula.
E então ela passa a ser a própria mentira, se vitimiza por tudo para provocar dó ou pena; e o que precisamos sentir é compaixão.
III. Cicatrizes no Universo.
Várias escrituras, grandes filósofos, sábios, profetas e mestres deixaram um importantíssimo ensinamento: seguir como se nada tivesse acontecido quando do pedido de perdão ao ferir alguém, não seria o bastante. Necessário seria se reconciliar com a pessoa que prejudicou, com um perdão realmente sincero e verdadeiro, e melhor ainda seria reconhecer e ir em busca de um auto perdão.
O contexto é complexo e não para por aqui, pois mesmo obtendo a reconciliação com a pessoa que feriu, mesmo sendo perdoada pelas agressões proferidas, ainda assim é preciso reparar as cicatrizes deixadas no Universo. Exatamente tudo o que praticamos tem uma consequência, e é com o Universo que um dia prestaremos as contas. Tudo que fazemos está em nós marcado, sendo contabilizado nas nossas máximas e pormenores atitudes. Por isso, absolutamente tudo o que fazemos para os outros, estamos em primeiro lugar fazendo para nós mesmos. Uma vez praticada, em nós estará marcado e nos será cobrado pelo Universo, a cobrança virá infalivelmente. Desta Lei ninguém escapa.
É como um caríssimo vaso oriental e secular, que você esbarra e quebra. Mesmo que você reconheça o seu equívoco, que não tenha tido a intenção de quebrá-lo, e que o proprietário do vaso tenha perdoado do ocorrido; que reponha com outro vaso, ou que cole pedaço por pedaço, a marca da cicatriz sempre estará presente. Um dia você terá que prestar contas do vaso com o Universo.
Resta-nos saber então como fazer para reparar as cicatrizes: fazer o bem, fazer o bem sempre... para tudo e para todos. Sendo harmonia, sendo paz. Levando a harmonia, levando a paz, levando o bem em todas as ações.
Quem se deixa dominar pela inveja, expõe sua alma de forma nua e crua. Despe -se perante as pessoas expondo os verdadeiros sentimentos, expondo a escassez de princípios básicos de um verdadeiro Ser Humano, e por fim revelando a falta de identidade própria.
Sob o manto do mal a inveja pode acabar por ficar camuflada.
Permita-se ter a cobiça, mas nunca a inveja.
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