Em compasso de um amor atemporal
É chegado o Natal, e o que todos pensam? Nos presentes, naturalmente. É impressionante! Isso já parece estar registrado como parte constituinte do nosso DNA.
Presentes são representações de amizade, de amor, de confraternização. O presentear envolve a afeição, o bem querer; é oferecer um pedaço do seu carinho a alguém. Então, pensando desta forma podemos desconstruir um pouco o puro comércio que parece ter se transformado essa data tão bela.
O Natal que na verdade significa nascimento, nos leva a um verdadeiro renascimento, pois nessa data parece que todos trazem para fora o que de melhor habita em seu interior. Parece entrar em uníssono com a mensagem de Cristo, nosso Grande Mestre por Excelência. É a paz vindo com o despontar de mais amor, perdão, bondade... E então, se manifesta um suave toque na natureza de todas as coisas e nos permitimos ser mais dóceis e tolerantes, mais pacientes, com mais compaixão. Assim sendo, a fraternidade e a sensibilidade pairam no ar.
E acompanhando toda essa sutil beleza do mês, decidi escrever uma cartinha para o Papai Noel!
Caso você tenha perdido a crônica da semana passada, confira a postagem para mais uma dose de reflexão e pensamento no dia: "Na crise de maldade"
“Meu velho e bondoso Papai Noel. Sei que você estará ocupado lendo milhões de cartas e esse ano faço algo diferente. Você sempre me trouxe grandes presentes e agora é a minha vez de lhe presentear. Minha memória se volta à infância e me lembro da alegria quando ganhei aquele trenzinho movido a pilha e meus olhos quase saltaram quando vi a bicicleta. Quando menino recebi muitos livros, cadernos e adorava os lápis de cor. Na adolescência, aquele tão esperado e sonhado carro também veio. Já adulto, dentre muitos, uma bela casa chegou. Nas meias penduradas na árvore de Natal, vieram sempre e também pacotinhos com porções de carinho, atenção, educação... Todos os anos novos presentes e depois de uma grande viagem uma surpresa mais que especial; uma linda e abençoada família se descortinou para mim. Esposa e filhas, amorosas, lindas e talentosas. E no pacote, junto, vieram também os bichinhos de estimação; verdadeiros companheirinhos da nossa jornada. Que riqueza completa esses bichinhos no nosso lar!
Envio anexado a essa carta, o meu presente a você: a Gratidão. No seu endereço pintei um coração e no remetente um relógio sem ponteiros.
Lembro também que num dos presentes que recebi de você há 6 anos, veio estampado na caixa uma única palavra: “Conhecimento”. De lá para cá, a vida deu vários giros de 360 graus em espiral ascendente. Me vi chacoalhado por todos os lados. Você foi “cruel” porque amarrou esse pacote bem forte, usando o laço chamado Condutas.
Quando consegui desatar esse nó, outras dez caixinhas estavam distribuídas de forma harmoniosa e numa sequência organizada. Daí compreendi que esses presentes, apesar de já estarem em minha posse, a decisão de abri-los ou não, ou de quando fazê-lo ficaria a critério da minha vontade. Do lado de fora de cada caixinha uma etiqueta identificando o conteúdo: fidelidade, amizade, responsabilidade, paciência, prudência, modéstia, fortaleza, temperança, respeito.... e na última uma etiqueta estampada com humildade. Quantas e quantas surpresas a cada pacotinho aberto! E muitas ainda por vir.... como serão?
No meu presente para você, prometo não dar um laço tão forte como você fez. Também não tenho papel tão bonito para embrulhar como o que usou. Entretanto, confeccionei com capricho e muito carinho.
Sabe Papai Noel, nas conversas entre amigos muitos falam do quanto não gostam da aproximação do natal. Apesar de ser uma data em que sentimos a atmosfera mais leve, onde se presencia mais atos de fraternidade, de generosidade, onde se costuma reunir a família. Apesar dessa “perfeita” vida, de comunhão e de alegria muitas pessoas sentem mais solidão e tristeza. A invasão da solidão parece ser sólida. Não adianta ter a mesa farta e a companhia de parentes brindando com bebidas caras, rindo e comemorando. Algo muito superficial paira no ar, é esse comentário que já ouvi de muitas pessoas. Será mesmo isso? Qual a razão?
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E quando questionadas não sabem elas explicar de onde vem e porque sentem isso, simplesmente vai brotando. Parece ser de lembranças ruins, mas não necessariamente acontecidas no natal. Talvez fiquem mais sensíveis pela própria atmosfera que nos leva a uma introspecção maior. Parece que mesmo não querendo, essa introspecção se aloja no nosso ser, nessa época do ano.
Parece que é nessa época que as feridas ficam mais expostas, e aquelas que não estavam bem cicatrizadas voltam a se abrir. Mesmo sabendo que tudo passa, que o passado já está lá atrás, ele continua ali vivo, presente. Parece emergir pedindo resolução.
Então Papai Noel, fico a pensar que mesmo que você me confirme que as pessoas que estão passando por determinadas situações críticas são por uma razão própria da pessoa, ainda o meu coração questiona se pelo menos nessa época não pudesse todos serem felizes, apenas felizes. Penso que talvez um dia, quando estiver plenificado com o conteúdo das dez caixinhas que você me deu, eu encontre uma explicação mais plausível. Nessa época do ano, fico a imaginar e achar possível estar mais próximo do que imaginamos ser um pouquinho do viver no Absoluto. Pelo menos a luz da nossa essência consegue se expandir e manifestar o seu brilho, colorindo assim todo o invisível da nossa morada. Fico a imaginar se não se assemelha a um espetáculo da aurora boreal, de maneira suave, eclodindo as mais belas e coloridas cores, de forma harmônica e bela. A alma explode de alegria, quase que não conseguindo absorver tanta beleza de uma só vez.
Você meu amigo especial, que vem nos acompanhando desde o início das crônicas também desembrulhou toda semana um pacotinho. Sem saber qual o conteúdo, porém reconhecendo, cada qual de uma forma diferente conforme sua mente e seu coração. Reconhecemos sempre aquilo que já está dentro de nós, então como seres únicos que somos, cada um sentiu conforme sua forma de pensar, interpretar, agir e concluir.
Percebi através dos comentários, as suas reações. Brotaram muitas vezes com lágrimas, suspiros, leveza, interrogações. Alguns desses pacotinhos foram mais marcantes, outros não tão impactantes, outros curiosos e também muitas vezes incompreensíveis, como o “O Quinto Elemento”. Haverá um momento e lugar certo para estes despertarem de forma natural, fluindo em razão e harmonia com o seu ser.
Com a proposição de sempre levar algumas reflexões que permitam uma pausa para o pensar e questionar, o concordar ou discordar, para o entender ou compreender, para o aceitar ou não aceitar, para o se abrir ou não abrir, para o se permitir ou não permitir... nem tudo para mais, nem tudo para menos, apenas no equilíbrio.
Equilíbrio!
Tudo é construído ao longo do tempo. Ahhh... esse tal do tempo!! Também tão incompreendido!
Como é gratificante e gostoso esse clima de alegria e aconchego que toda semana chega e nos envolve.
Essa egrégora positiva que nasceu dando à luz nossa neofamily. Na sua autenticidade e originalidade, no compromisso responsável. O respeito, a amizade, o carinho e cuidado de todos e uns com os outros.
Obrigado pelo privilégio de ter a sua presença, nesse percurso que estamos fazendo juntos. As palavras e imagens contidas em cada crônica vibram em sentimentos sinceros, vibram em cada átomo ressonando harmonicamente com os que assim também estão vibrando.
Recebamos o Natal!
Independentemente do que esteja projetado ao seu redor, feche os olhos.....
Traga lá de dentro o seu eu de alegria, o seu eu de gratidão e assim juntos em oração, aconchegue os dois em seu coração.
Espere mais um pouco... espere...
Deixe eles se abraçarem, deixe os dois se misturarem... e então, fortalecidos e abraçados sua luz explodirá.
Reconheça esse estado.....
Permaneça nesse estado.....
Em ressonância de harmonia com o Universo em alegria.
Feliz Natal!!!
Que tal baixar e compartilhar trechos dessa crônica com a galera!
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