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Crítica | Coringa Delírio a Dois

Todd Phillips e Joaquin Phoenix exploram novas narrativas em uma sequência ousada com Lady Gaga


Todd Phillips e Joaquin Phoenix exploram novas narrativas em uma sequência ousada com Lady Gaga
Coringa Delírio a Dois

(Foto: Divulgação)


O Coringa, dirigido por Todd Phillips, foi um divisor de águas no cinema em 2019, destacando-se em meio a superproduções de heróis. Em vez de seguir a fórmula tradicional, o filme trouxe uma nova perspectiva sobre o icônico vilão da DC, focando na história de Arthur Fleck, um comediante frustrado que se torna símbolo de resistência e caos após um ato violento. Com mais de um bilhão de dólares em bilheteira e reconhecimento em festivais como o de Veneza, a obra estabeleceu um novo padrão para o gênero.


Na sequência, Coringa: Delírio a Dois, a proposta criativa de Phillips se intensifica. Ele utiliza a musicalidade como um elemento central, transformando a narrativa em um experimento de subversão. "A única maneira plausível de fazer um novo filme sobre o Coringa" é por meio dessa abordagem, segundo o diretor, que agora desafia ainda mais as convenções do gênero.


A trama se desenrola logo após os eventos do primeiro filme, acompanhando o julgamento de Fleck enquanto seu romance com Harley Quinn, interpretada por Lady Gaga, se desenvolve. Quinn não apenas admira Fleck como também atua como uma catalisadora para seus delírios, resultando em números musicais que expressam a tumultuada psique do protagonista.


Na carreira de Phillips, há uma clara influência de grandes cineastas, como Scorsese, mas em Delírio a Dois, a ênfase na música oferece um novo nível de expressão emocional. Enquanto o primeiro filme explorava o realismo sombrio, esta sequência permite que os sentimentos do Coringa se manifestem de maneira mais surreal e criativa.


Entretanto, o filme enfrenta críticas sobre sua capacidade de agregar valor à narrativa anterior. Apesar dos quase 140 minutos de duração, o roteiro parece focar mais na musicalidade do que no desenvolvimento de personagens. Os números musicais, embora esteticamente impressionantes, às vezes ofuscam a profundidade da história, tornando-a uma experiência visual mais do que uma jornada narrativa envolvente.


O romance entre Fleck e Quinn é outro ponto de discussão. Embora a relação represente uma subversão das dinâmicas de poder tradicionais, a profundidade da conexão entre os personagens não se desdobra como poderia. Gaga brilha nas sequências musicais, mas seu arco como Arlequina se mostra superficial e não completamente explorado, limitando sua influência na trajetória de Fleck.


Coringa: Delírio a Dois é, sem dúvida, um exercício criativo para Todd Phillips e Joaquin Phoenix, que estavam dispostos a retornar apenas se houvesse uma "ideia excelente e que criasse medo". Embora a proposta de transformar um dos casais mais complicados da cultura pop em um musical seja ousada, a execução demonstra que um conceito intrigante nem sempre sustenta uma narrativa coesa.


A ambição de Phillips em desafiar as convenções do cinema de quadrinhos é louvável, mas a falta de uma jornada envolvente pode deixar os espectadores questionando se a audácia criativa é suficiente para justificar a experiência.


 

Ficha técnica


Nome: Coringa: Delírio a dois

Onde assistir: Cinema

Categoria: Ação/Drama e Romance

Duração: 2 h 19 min

Nota 2/5


 

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