A quarta temporada de Emily em Paris retorna com visuais deslumbrantes, mas enfrenta o desafio de manter a frescura em uma trama familiar
(Foto: Divulgação)
Desde sua estreia, "Emily em Paris" conquistou um público fiel, que ansiava pelos episódios cheios de glamour, paisagens deslumbrantes da França e dramas românticos que não exigiam muito mais do que um olhar atento para os figurinos impecáveis e os cenários encantadores. Essa combinação fez da série um sucesso imediato, tornando-se um ritual quase obrigatório para muitos durante o recesso de Natal. No entanto, a quarta temporada, lançada em agosto e dividida em duas partes, apresenta um novo desafio: manter o encanto em uma narrativa que começa a mostrar sinais de desgaste.
Os primeiros episódios da nova temporada continuam exatamente de onde a história foi interrompida, com Emily (Lily Collins) enfrentando as consequências de sua complicada vida amorosa. Abandonada por Alfie (Lucien Laviscount) após a explosiva revelação de Camille (Camille Razat) sobre seus sentimentos por Gabriel (Lucas Bravo), Emily se vê mais uma vez no centro de um triângulo amoroso, com o agravante de que Camille está grávida de Gabriel. A trama promete aquele turbilhão de emoções que só "Emily em Paris" consegue proporcionar, mas desta vez, a repetição começa a pesar.
A decisão da Netflix de dividir a temporada em duas partes pode ter sido uma tentativa de manter o interesse do público ao longo de um período mais longo, mas essa estratégia pode ter saído pela culatra. Após uma espera de quase dois anos, a expectativa era alta, e o lançamento em agosto, fora da habitual época festiva, quebrou um pouco a magia da maratona. Além disso, a divisão em duas partes pode ter diluído o impacto que uma temporada completa teria, deixando os primeiros cinco episódios com um ritmo mais lento e menos cativante.
No entanto, é inegável que a série ainda tem muito a oferecer em termos de estética e charme. Os cenários continuam deslumbrantes, com Paris sendo filmada de uma maneira que só aumenta o desejo de viajar e se perder pelas ruas da cidade. Os figurinos, mais uma vez, são um espetáculo à parte, com Emily exibindo uma variedade de looks que misturam o clássico com o moderno, reforçando seu status como ícone fashion dentro e fora das telas.
A química entre Emily e Gabriel, que foi um dos pontos altos da primeira temporada, volta a brilhar nos episódios mais recentes. A cena final do quarto episódio é um lembrete do porquê o casal conquistou tantos fãs, com um momento que combina romance e diversão de forma leve e encantadora. É uma das poucas cenas que realmente resgata a magia dos primeiros dias da série, quando tudo parecia fresco e excitante.
No entanto, a quarta temporada também levanta a questão de quanto tempo uma série pode se sustentar em sua própria fórmula. Os dramas amorosos, que antes eram envolventes, começam a parecer reciclados, e a constante indecisão de Emily sobre sua vida amorosa já não causa o mesmo impacto. A série, que antes era um escape divertido e despretensioso, corre o risco de se tornar previsível, o que pode afastar espectadores que buscam algo novo e excitante.
Em conclusão, "Emily em Paris" ainda oferece momentos de puro entretenimento, mas a quarta temporada indica que pode ser hora de a série se reinventar ou correr o risco de perder o brilho que a tornou tão querida. Para os fãs de longa data, ainda há muito para se desfrutar, mas para aqueles que esperam algo mais além dos visuais e dos dramas conhecidos, a série pode começar a parecer mais do mesmo. O charme de Paris ainda está lá, mas será que ele é suficiente para sustentar a série por muito mais tempo?
Ficha técnica
Nome: Emily em Paris
Onde assistir: Netflix
Categoria: Drama
Duração: 4 Temporadas
Nota 3/5