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Crítica | Meu Malvado Favorito 4

O retorno de Gru e sua turma oferece muitas risadas em Meu Malvado Favorito 4, mas perde foco com enredos dispersos


O retorno de Gru e sua turma oferece muitas risadas em Meu Malvado Favorito 4, mas perde foco com enredos dispersos
Meu Malvado Favorito 4

(Foto: Divulgação)


A franquia de animação mais rentável dos cinemas voltou em 2024! Após sete anos desde o terceiro filme da saga, "Meu Malvado Favorito 4" traz de volta o carismático Gru em uma história que deixa inúmeras brechas para novas ramificações possíveis — caminhos que, juntos em um mesmo filme, acabam subaproveitando o potencial do enredo.


No longa-metragem, acompanhamos Gru (dublado por Steve Carell/Leandro Hassum) em outra batalha contra um vilão mais malvado do que ele: Maxime Le Mal (Will Ferrell/Jorge Lucas). O antagonista guarda rancores do passado contra o protagonista e, para piorar, Gru o envia para a prisão em meio ao seu ápice profissional e vilanesco. Trazer sofrimento a Gru se torna uma missão pessoal para Maxime Le Mal, que decide sequestrar seu filho caçula, Gru Jr. — que, por sua vez, detesta o próprio pai. Dada a ameaça iminente, a família do nosso malvado favorito entra para um programa de proteção, todos ganham novas identidades e, agora, precisam se ajustar a uma vida normal. Esta farsa é facilmente identificada pela vizinha Poppy Prescott (Joey King/Lorena Queiroz), que tenta usá-la ao seu favor.


Enquanto isso, em algum outro momento do filme, os Minions (Pierre Coffin) passam por uma transformação científica à la Quarteto Fantástico, mas têm problemas para lidar com seus poderes e habilidades amplificadas. Muita informação para lidar, certo? É essa sensação que o filme passa, de que há algo urgente acontecendo o tempo todo, diversas novidades para dar conta. Por mais empolgante que seja, o excesso de conflitos nos desnorteiam, principalmente quando parece que a história não está avançando para lugar nenhum.


O verdadeiro motivo para a divisão do grupo principal também acaba sendo deixado um pouco de lado em meio a tantos acontecimentos. Maxime Le Mal e seu imponente exército de baratas recebem menos destaque do que o esperado. Isso é uma pena, já que seu esquisito carisma, somado ao sotaque francês e ao hábito de soltar palavras estrangeiras aleatoriamente nas frases (trazendo à nossa mente figuras conhecidas em nosso contexto cultural, como Luciana Gimenez e Supla), merecia mais tempo de tela. O vilão é vendido como uma grande ameaça, mas, no fim, não tem muito espaço para mostrar isso.


Há algo muito interessante na premissa de colocar todo o núcleo de Gru para viver como uma família comum em um lugar onde ninguém os conhece. No entanto, o rendimento dessa dinâmica não é tão satisfatório quanto a proposta. Gru, Lucy (Kristen Wiig/Maria Clara Gueiros) e as três irmãs Margo (Miranda Cosgrove/Bruna Laynes), Edith (Dana Gaier/Ana Elena Bittencourt) e Agnes (Madison Polan/Pamella Rodrigues) acabam se separando por tempo suficiente para esquecermos suas novas identidades. O verdadeiro motivo para a divisão do grupo principal também acaba sendo deixado um pouco de lado em meio a tantos acontecimentos.


Por outro lado, a inserção de personagens como a aspirante a vilã Poppy e o pequeno Gru Jr. cresce aos nossos olhos, dando um ar refrescante à história quando nos lembra novamente de como crianças espertas colocam Gru em mais apuros e situações desafiadoras do que seus maiores antagonistas. É muito divertido vê-lo lidar com uma versão mais jovem de si mesmo que o rejeita, ao mesmo tempo em que ele demonstra domínio na arte da vilania, quase como um mentor, para outra pessoa que também não o aprecia tanto. Não tem como falar sobre qualquer detalhe dos filmes de "Meu Malvado Favorito" sem mencionar as trapalhadas dos Minions. Dessa vez, eles ganharam mais força e poderes que nem os próprios conseguem lidar. Ao invés de trabalharem para Gru, quatro dos pequenos heróis do exército amarelo ganham mais independência no quarto filme da franquia.


Agora, a aparência deles os diferem dos demais, mas o modus operandi segue sendo tão característico de um Minion que é delicioso de assistir. A nova fase deles como super-heróis falhos é tão prolífica, tem tantas possibilidades, que traz à tona, mais uma vez, o excesso de enredos interessantes sendo o mais esquisito problema de "Meu Malvado Favorito 4". É definitivamente um plot que poderia ser explorado em um "Minions 3", mas que, no atual filme da franquia, é só mais um evento entre tantos.


O novo capítulo da história de Gru só mostra o quão fresca a franquia continua sendo, mesmo após 14 anos, com personagens cativantes e potencial para contar mais e mais novas aventuras desta grande família caótica. Tem sagas que só existem porque seus criadores continuam insistindo em empurrá-las com a barriga depois do sucesso do primeiro filme. Este não é o caso de "Meu Malvado Favorito". Mais uma vez, a bem-sucedida franquia prova que o que não falta é pano na manga. Só o conteúdo do atual longa-metragem dirigido por Chris Renaud já é o suficiente para alimentar dois filmes da linha do tempo original e ainda sobraria um pouco de história para o já amado spin-off dos Minions.


 

Ficha técnica


Nome: Meu Malvado Favorito 4

Onde assistir: Nos Cinemas

Categoria: Infantil/Comédia

Duração: 1h 34m

Nota 4/5

 

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