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Crítica | Sweet Tooth

Terceira e última temporada da série, explora o místico e oferece um desfecho satisfatório para Gus e seus amigos


Terceira e última temporada da série, explora o místico e oferece um desfecho satisfatório para Gus e seus amigos
Sweet Tooth

(Foto: Divulgação)


Desde sua estreia em 2021, "Sweet Tooth" se estabeleceu como uma série queridinha dos fãs de fantasia, preenchendo o vazio deixado por títulos como "Stranger Things". Adaptada da HQ de Jeff Lemire, a série inicialmente encantou com sua mistura de inocência infantil e um cenário pós-apocalíptico. No entanto, o frisson esfriou com a segunda temporada, que viu os protagonistas separados e uma narrativa mais arrastada. Agora, a terceira temporada chega com a missão de dar um fim digno à história de Gus (Christian Convery), o menino-cervo.


A nova temporada recomeça com Gus e seu companheiro Jepp (Nonso Anozie) se unindo às irmãs Wendy (Naledi Murray) e Ursa (Stefania LaVie Owen) em uma épica jornada ao Alasca. O objetivo é encontrar Birdie (Amy Seimetz), a mãe de Gus, e ajudá-la a descobrir uma cura para o Flagelo que dizimou quase toda a população dos EUA. A narrativa, desta vez, evita a modorra da temporada anterior e adota um ritmo mais ágil, focando no desenvolvimento dos protagonistas e coadjuvantes de forma equilibrada.


Nonso Anozie brilha novamente como Jepp, trazendo uma força e vulnerabilidade que fazem sua química com Convery o coração pulsante da série. A reintrodução do médico Singh (Adeel Akhtar), agora com um papel mais proeminente, adiciona camadas de complexidade moral, deixando os espectadores em um constante estado de curiosidade e tensão. Essa combinação de personagens complexos e bem-desenvolvidos é um dos pontos altos da temporada final.


Com a queda do general Abbott (Neil Sandilands), o novo vilão Helen Zhang (Rosalind Chao) entra em cena. Embora suas motivações não sejam profundamente exploradas, sua presença ameaçadora é suficiente para manter o suspense. Sua filha, Rosie (Kelly Marie Tran), emerge como uma figura intrigante, refletindo a ambiguidade moral do universo criado por Lemire, onde nem todos os antagonistas são inteiramente maus.


Um dos aspectos mais interessantes desta temporada é a incorporação do misticismo. A busca de Gus pela caverna que deu origem ao Flagelo leva a série para além das explicações científicas, explorando o fantástico de maneira convincente. Isso adiciona uma nova dimensão à trama, enriquecendo a jornada de Gus com elementos de espiritualidade e mistério que ressoam profundamente com o público.


A trilha sonora de Jeff Grace, aliada à cinematografia de David Garbett, complementa perfeitamente a atmosfera mística e pós-apocalíptica. As paisagens geladas do Alasca são capturadas com uma beleza fria e desoladora, enquanto os momentos mais íntimos são realçados por uma música que evoca esperança e melancolia. A direção de Jim Mickle mantém a coesão e a tensão da narrativa, evitando que a série se perca em sua própria ambição.


Apesar de não resgatar completamente o brilho inicial que fez de "Sweet Tooth" um sucesso, a terceira temporada oferece um desfecho satisfatório. A série prova que, mesmo com o passar do tempo e algumas falhas narrativas, ainda pode proporcionar uma conclusão digna para seus personagens queridos. É um lembrete de que, no fim, a jornada emocional e os laços formados ao longo do caminho são o que realmente importa.


 

Ficha técnica


Nome Sweet Tooth

Tipo Série

Onde assistir Netflix

Categoria Ficção Científica, Ação, Fantasia e Aventura

Duração 3 temporadas


Nota 4/5

 

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