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Crítica | Transformers: O Início

O primeiro passo para uma franquia se reinventar, com foco na mitologia de Cybertron e nas raízes de um conflito épico, Transformers conta com uma animação deslumbrante e uma narrativa cheia de referências culturais


 Transformers: O Início conta com uma animação deslumbrante e uma narrativa cheia de referências culturais
Transformers: O Início

(Foto: Divulgação)


Transformers: O Início marca um divisor de águas na longa jornada dos robôs gigantes no cinema. Após a recepção mista de Transformers: O Despertar das Feras, a franquia precisava de uma mudança de direção, e esse novo capítulo oferece exatamente isso. Abandonando o caos visual e narrativo dos filmes de Michael Bay, O Início retoma o charme original dos brinquedos dos anos 80, mergulhando profundamente na rica mitologia de Cybertron. Dirigido por Josh Cooley (Toy Story 4), o filme não se contenta em ser apenas mais um blockbuster, mas sim uma aventura que explora as raízes de personagens icônicos e a complexa sociedade robótica de Cybertron.


Desde o início, o roteiro, assinado por Andrew Barrer, Gabriel Ferrari e revisado por Eric Pearson, nos transporta para um Cybertron em crise. É aqui que conhecemos Orion Pax (voz de Chris Hemsworth) e D-16 (Brian Tyree Henry), dois operários que começam como amigos inseparáveis, mas logo se veem em lados opostos de um conflito que definirá o destino de seu mundo. A trama se desenrola de forma orgânica, com o foco na construção desse universo vasto e intrincado. A escolha de transformar Orion e D-16 nos futuros Optimus Prime e Megatron é o ponto alto da história, lembrando as dinâmicas de heróis como Professor X e Magneto, com o dilema entre resistência pacífica e retaliação violenta no centro de sua jornada.


A força emocional do filme está na relação entre Orion e D-16. A atuação vocal de Hemsworth e Henry é um destaque, trazendo nuances para esses personagens que começam como amigos e terminam como inimigos mortais. A tensão entre eles cresce à medida que o filme avança, refletindo não apenas suas crenças divergentes, mas também a corrupção das autoridades de Cybertron, representadas pelo heroico, porém enganador, Sentinel Prime (Jon Hamm). O desenvolvimento gradual de suas personalidades e motivações faz com que o espectador se envolva mais profundamente na trama, ao invés de se apoiar apenas nas cenas de ação, como foi comum nos filmes anteriores da franquia.


O paralelo com figuras como Martin Luther King Jr. e Malcolm X, que serviram de inspiração para as dinâmicas de Xavier e Magneto, é evidente, mas o filme opta por uma abordagem mais superficial. Transformers: O Início não se aprofunda nas questões filosóficas de revolução e resistência, mas utiliza esses temas para enriquecer a mitologia da franquia. Ao invés de promover debates profundos, o filme oferece entretenimento com uma narrativa que flui naturalmente e não se preocupa em forçar uma discussão social. Isso, no entanto, não diminui sua eficácia em capturar a essência do conflito entre Orion e D-16.


Visualmente, O Início é um espetáculo. A animação é de uma competência indiscutível, com o design de Cybertron e seus habitantes robóticos impressionando pela mistura de elementos artificiais e naturais. Josh Cooley, vindo de sua experiência com animação em Toy Story 4, traz um olhar criativo e uma direção de arte que eleva o nível estético da franquia. Cada personagem tem um design distinto e memorável, com as armaduras e transformações mecânicas mudando sutilmente ao longo do filme. Essas mudanças não só enriquecem a narrativa visual, mas também certamente agradarão os fãs mais antigos e, claro, ajudarão na venda dos brinquedos que inspiraram a saga.


Se há algo que O Início faz com maestria, é abraçar as origens fabulosas da franquia Transformers. O filme não se preocupa em trazer realismo para o enredo, mas sim em criar um mundo onde robôs gigantes têm suas próprias culturas, hierarquias e intrigas políticas. É uma narrativa grandiosa que faz jus à ideia de mitificação. Em vez de serem apenas veículos se transformando em robôs, esses personagens têm histórias próprias, poderes distintos e uma complexa rede de alianças que, embora seja fácil de seguir, é rica o suficiente para manter o interesse tanto dos novos quanto dos antigos fãs.


No final das contas, Transformers: O Início entrega o que promete: um recomeço satisfatório para a franquia, que equilibra momentos de nostalgia com uma nova visão para o futuro. A animação impecável, a narrativa envolvente e o foco nos personagens, ao invés de explosões intermináveis, tornam este filme uma das entradas mais fortes da série em anos. Mesmo com algumas falhas em aprofundar discussões temáticas, O Início se destaca como um prelúdio digno e uma emocionante jornada para fãs antigos e novos da saga dos Autobots e Decepticons.


 

Ficha técnica


Nome: Transformers: O Início

Onde assistir: Cinema

Categoria: Ação/Ficção científica

Duração: 1 hora 51 min

Nota 4/5


 

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