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Crônica #107 | Por uma fração de segundo.

Nunca é tarde demais, e nunca é nunca para desistir.


capa da crônica 107 Por uma Fração de Segundo
Crônica

O que você encontrará nesta crônica:


Você já parou para pensar qual é o poder de um instante? Seja numa vida pacata ou frenética, será que o impacto do instante seria igual? Literalmente, tudo nesta vida pode mudar em uma fração de segundos. Lugar e tempo são como dois velhos amigos, sempre presentes e entrelaçados, moldando diretamente nossas existências. Explorar a profundidade da vida e a urgência de nossas escolhas pode nos surpreender. Você acha que refletir sobre o significado por trás de cada batida do relógio pode revelar os segredos e mistérios que o tempo guarda? Podem frações de instantes definir nossos destinos?


 

I. Num piscar de olhos.


Lugar e tempo são como dois velhos amigos que moldam diretamente nossas existências,

sempre presentes e sempre entrelaçados. Essa conexão entre a matéria e os eventos que coexistem é o que garante o equilíbrio e a harmonia, seja entre objetos ou entre pessoas. É uma sincronicidade belíssima, um presente deixado por nosso Criador para nós, como se cada peça do universo estivesse cuidadosamente posicionada em um grande mosaico.


Estávamos reunidos, como de costume, em um grupo de amigos. Era um dia comum em um hotel fazenda, uma joia escondida no campo, com cenários rústicos e acolhedores que se completavam como um refúgio bucólico, digno de um quadro antigo.


O sol já havia se escondido preguiçosamente entre as nuvens, e o suave vento trazia uma sensação de tranquilidade, balançando suavemente as folhas das árvores ao redor. A noite se adentrou, convidando-nos a nos aconchegar em volta de uma fogueira. Essa fogueira, sempre no centro de nossas longas conversas sobre os mais variados assuntos, iluminava nossos rostos e aquecia nossas almas. Nada parecia fora de lugar.


Valorizamos intensamente esses momentos de interação orgânica, onde as conversas fluem naturalmente, acompanhadas pelo crepitar da madeira e pelo cheiro de lenha queimando. Entretanto, nossos celulares estavam sempre por perto, mantendo-nos conectados a uma comunidade online paralela. Nosso espaço físico se estendia para um espaço digital por meio das plataformas sociais, ampliando nossa conexão com o mundo ao nosso redor. Nessa atmosfera de dualidade, entre o tangível e o virtual, Kirara se engajava plenamente em nossas trocas de ideias. Uma jovem de beleza rara, tanto física quanto espiritual, fazendo jus ao nome Kirara, que em japonês significa cintilante. Ela brilhava tanto nas conversas ao redor da fogueira quanto nas interações online, personificando a conexão entre os dois mundos.


Esses encontros no hotel fazenda eram mais do que simples reuniões de amigos. Eram momentos de profunda conexão, tanto com a natureza quanto uns com os outros, onde o rústico e o moderno, o físico e o digital, se entrelaçavam de forma harmoniosa, criando lembranças que carregávamos com muito carinho.


Um instante de desatenção, uma fração de segundo que separa o cotidiano do extraordinário. Foi ali, naquele pequeno momento, que a linha tênue entre a vida e a morte se fez visível, um lembrete brutal de nossa fragilidade. Num piscar de olhos, estávamos todos em uma situação em que a harmonia parecia ter sido quebrada, a esperança se esvaía, levando consigo o equilíbrio que nos sustentava. Aquela sensação de segurança, que muitas vezes tomamos como garantida, desfez-se diante de nossos olhos. Em um segundo, a normalidade se transformou em caos, o extraordinário invadiu o ordinário, e encaramos a nossa própria vulnerabilidade, incerta, abalável e frágil.


 

II. O senhor - (Jitsuryokusha - 実力者).


Recebemos na plataforma social algumas mensagens de agradecimento de uma pessoa que aqui chamaremos de Sr. Ryoku (力). Fomos entender melhor sua situação, quando culminou em uma mensagem de despedida. Seu momento era de extrema importância, profundidade e sensibilidade, e não me fluía uma resposta à altura da sua emergência.


“Perdi. Perdi tudo. Nem pude me despedir; levaram tudo. Estou encarcerado. Minha alma está aprisionada por um destino que me sufoca. Não tenho forças, não quero mais brigar pelos resquícios sombrios do passado. Não quero continuar. Estou perdido num labirinto sem saída, cheio de desespero. Eu choro e não aguento essa dor insuportável que esmaga meu peito. Essa angústia, que devora minha alma neste local gélido e sombrio, me leva a escrever minha carta de despedida, um grito sufocante e silencioso de rendição diante de todas as lutas perdidas.”


Em frações de segundo, o sofrimento se instala e, com ele, o desespero começa a dominar a razão. É nesse momento que nos encontramos em uma encruzilhada, buscando desesperadamente uma rota de fuga, um “retorno na próxima saída”. Em meio ao caos, nos vemos tentando encontrar um caminho que nos leve de volta à harmonia perdida, mas não era exatamente isso que sentíamos naquele instante.


Sr. Ryoku dizia estar à beira de um colapso desesperado. Sequestrado e torturado repetidamente por não revelar o paradeiro de sua família, ele estava vivendo o pior pesadelo de sua vida. A dor física era insuportável, mas a tortura psicológica era ainda pior. Noites sem dormir, cheio de medos e angústia, achando a cada minuto que seria o seu último instante de vida. Não aguentando mais, estava pronto para acabar com tudo, para se livrar daquela dor sem fim, decidido a tirar sua própria vida.


Toda vez que sofremos traumas físicos ou emocionais intensos e profundos, parece que uma parte de nós se desprende do nosso corpo, resultando em uma desconexão com a fonte que nos dá a vida. Isso nos afasta do nosso centro e da nossa essência, enfraquecendo nossa vitalidade.


Naquele momento, a vida revelou-se em sua totalidade – de forma terrível e cheia de promessas e perigos. Ficamos ali, paralisados, tentando processar a mudança repentina e encontrar sentido em meio ao tumulto. A linha que separa a vida da morte nunca foi tão clara, nem tão assustadoramente próxima.


 

III. A preciosidade do tempo.



Kirara se expressa: “Num lampejo, minha mente trouxe a cena de eu sendo conduzida em um carro até a casa de um senhor que, estranhamente, me parecia ser o mesmo senhor de agora, o Sr. Ryoku. Foram breves momentos de apenas troca de olhares. Obra do destino? Delírio da minha mente confusa neste momento? Havia ficado ali uma marca, apesar dos anos que passaram? Talvez houvesse alguma conexão, afinal, nada na vida acontece por acaso. Não importa o que havia ocorrido no passado, ele merecia conhecer a paz, o amor, a felicidade e compreender o que é harmonia. E, em meio àquela estranha e intensa sensação de dúvida, meu coração apenas dizia que eu precisava tentar, ao menos, ajudá-lo a repensar aquela atitude tão drástica. E então uma sensação avassaladora tomou conta de mim, algo que eu nunca tinha sentido antes. Meu coração disparou, batendo tão forte que quase podia ouvi-lo. Um incômodo esmagador surgiu no meu peito, acompanhado por uma urgência desesperadora e irresistível de enviar uma mensagem para aquele senhor.”


E num instante de plena Luz em seu coração, sentindo a urgência e a preciosidade do tempo que poderia romper a linha da vida, envia a seguinte mensagem ao Sr. Ryoku: “Como filha, eu jamais iria querer ver meu pai fazendo algo que ferisse ele mesmo... por favor... viva... viva pela sua família.”


Os próximos vinte minutos pareceram ter parado, arrastando-se como uma eternidade. Cada segundo se estendia em um tormento, preenchido de tensão e esperança, sem saber qual teria sido a sua decisão. Mesmo relutando, a mente de todos ainda temia pelo pior. Então, finalmente, a resposta chegou: Sr. Ryoku havia desistido da ação drástica. A mensagem de Kirara havia chegado até ele nos exatos instantes, em frações de segundos, antes que praticasse um ato insano, e fez com que ele parasse imediatamente. Pelas pequenas frações, ela o tirou da zona mortal, fazendo-o despertar.

Em questão de frações de segundos, como se toda a luz do coração de Kirara o banhasse, ele caiu em si e apenas chorou. Chorou de emoção profunda e libertadora.


Com a voz embargada, ele murmurou e assim respondeu: “Saber que existem pessoas que se importam conosco nos enche de alegria. Vou ficar no aguardo, esperarei. Minha família não iria querer me ver neste estado.”


O milagre havia se feito presente. A luz cintilou nos olhos outrora cansados do Sr. Ryoku, renascendo em um fio de esperança. E então, uma nova perspectiva de vida surgiu, trazendo uma renovação para o seu futuro.


A noite se envolveu em festa, e todos nós nos enchemos de gratidão e de um indescritível alívio imediato. Levantamo-nos em celebração diante daquela magnífica vitória do bem. Kirara, entre nós, envolvida na imensa felicidade, sentiu-se abençoada como se estivesse recebendo um presente inestimável, que não conseguia mensurar, muito mais valioso que qualquer riqueza material. A fogueira, uma testemunha viva e ardente, parecia responder com todo fervor através de suas chamas dançantes.


 

IV. Fragmentos perdidos da alma.


A vida é assim, uma jornada constante entre encontrar e perder o equilíbrio. Cada desvio e cada retorno fazem parte do processo. E talvez seja justamente essa busca incessante que nos torna humanos, sempre em movimento, sempre procurando uma nova rota que nos leve a buscar a reconstituição dos vazios internos provocados pelos fragmentos perdidos de nossa alma.


Faz quanto tempo que você se sentiu absolutamente inteiro e completo? Sem que seu corpo ou o seu emocional estivessem fragmentados por algum processo?


Posteriormente, Sr. Ryoku compartilhou conosco seus momentos:

 

“Se eu não tivesse recebido aquelas palavras, teria cometido um erro terrível. A mensagem de Kirara chegou no instante exato e decisivo. Não sei explicar, mas aquela mensagem trouxe uma energia que eu nunca tinha sentido antes. Suas palavras me deram forças; foram como um abraço caloroso no meio do frio, me dando a esperança que eu tanto precisava. Consegui me manter firme, focar na minha vitória e não na dor. Percebi que minha vida tinha um valor imenso, que eu tinha muito pelo que lutar e que não podia desistir. Ela me lembrou que eu não podia deixar o mal vencer, que eu tinha que resistir por mim e pela minha família.


“Demorou para eu me recuperar, tanto fisicamente quanto emocionalmente.


“Hoje, querida Kirara, meu coração transborda de gratidão e emoção. Se você soubesse o impacto que suas palavras tiveram na minha vida, entenderia a profundidade do meu agradecimento. Naquele momento de desespero, quando eu estava à beira de tomar a decisão mais trágica, suas palavras chegaram como um milagre. Foi como se Deus, através de você, tivesse estendido a mão para me salvar. Nunca vou esquecer o alívio que senti ao ler sua mensagem. Suas palavras trouxeram uma luz que dissipou as trevas do meu sofrimento e me deram a força necessária para resistir.


“Estou aqui, vivo e ao lado da minha família. É uma alegria que não consigo descrever. Cada momento que passo com eles é um presente, um milagre que devo a você. Suas palavras têm o poder de curar, de trazer esperança e de mudar vidas. Por favor, continue a brilhar e a usar esse dom para ajudar outras pessoas. O mundo precisa de mais luz, e você é uma fonte dessa luz. Suas mensagens encorajadoras podem ser a diferença entre a vida e a morte para alguém, assim como foram para mim.


“Guardo aquela frase que você me enviou em um pedaço de papel dobrado, que levo comigo aonde quer que eu vá. É um lembrete constante de que a esperança existe, mesmo nos momentos mais sombrios. É um símbolo da sua bondade e do poder das palavras.


“Desejo que você continue a espalhar essa luz, a tocar corações e a salvar vidas. Saiba que você fez mais do que apenas salvar um homem naquele dia – você preservou uma família inteira. Por isso, eu te agradeço do fundo do meu coração. Que Deus a abençoe sempre, e que você continue sendo essa estrela brilhante que guia e ilumina o caminho de tantos. Com toda a minha gratidão e carinho.”


 

V. Gratidão: via de mão dupla.


Novamente de volta àquele aconchegante lugar onde a fogueira sempre nos espera para longas e intermináveis conversas; falávamos sobre a teia cósmica. Como tudo faz parte de um complexo ciclo de linhas interligadas entre seres humanos, se entrelaçando em conexões simples ou complexas. E para um bem maior, que possamos entender que somos mensageiros, canais de ligação com o nosso Criador e, quando nossos corações estão abertos com amor, tudo pode acontecer, até salvar uma vida. Estejamos sempre dispostos a servir em vez de ser servidos, a amar em vez de ser amados.


Nossas ações, lançadas ao universo, retornam para nós como ecos, e que sejam de verdadeira ajuda ao nosso próximo. Assim como Kirara confessou a nós que, ao enviar a mensagem, seu desejo ardente era apenas ajudar, jamais poderia ter imaginado o impacto profundo que ela teria para ele. A vida nos surpreende quando somos verdadeiramente seres humanos. E diante de todos nós, Kirara aqui deixou sua nova mensagem:


“Sr. Ryoku, muito obrigada! Saiba que nossa gratidão é mútua; são duas vias onde a minha gratidão cruza com a sua. Nossa história é um tesouro guardado com carinho, presente em todos os momentos da minha vida, especialmente nos desafios. Lembrar que pude ser um instrumento para ajudar outra pessoa confere sentido e propósito, mostrando que minha vida, no final, não é em vão. Que as bençãos divinas cubram toda a sua família, permitindo que vocês continuem desfrutando de uma vida cheia de momentos preciosos, sentimentos nobres e muito amor!”


Não importa o cenário; quando a vida, por um instante, está a um sopro de se extinguir, e a linha entre estar aqui e não estar mais é tão fina quanto um suspiro, tão efêmera quanto uma batida de coração, percebemos a fragilidade desse momento que se sustenta por uma pequena fração de segundo.


E então, em nossas mentes, ficou ecoando o pensamento de que a vida é feita de instantes, e cada segundo carrega consigo a possibilidade de mudança, literalmente em um piscar de olhos.


Frente à fragilidade e à beleza da vida, sabemos que, num piscar de olhos, tudo pode mudar. Que possamos, cada um de nós, ser o herói silencioso em um momento de necessidade, prontos para estender a mão. Afinal, é isso que nos define: a capacidade de agir, de nos importar e de fazer a diferença quando tudo parece perdido.


Pois nunca é tarde demais, e nunca é nunca para desistir.


Uma fração de segundo, muitas vezes, é tudo o que a vida nos pede.


 

Esta é uma obra editada sob aspectos do cotidiano, retratando questões comuns do nosso dia a dia. A crônica não tem como objetivo trazer verdades absolutas, e sim reflexões para nossas questões humanas.

 


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