Deepfakes e Direitos Digitais | O Alerta por trás do Caso Arielle Lorre
- Redação neonews
- há 14 horas
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Quando a tecnologia cruza a linha do respeito à imagem e ao consentimento, caso Arielle Lorre

(Foto: Divulgação)
O uso da inteligência artificial tem avançado em velocidade impressionante — mas nem sempre de forma ética. O caso recente envolvendo a influenciadora de beleza Arielle Lorre, de 39 anos, escancarou uma das facetas mais preocupantes dessa revolução digital: o uso indevido da imagem de pessoas reais em conteúdos criados por IA.
Lorre, que é conhecida nas redes por compartilhar sua rotina de cuidados com a pele e falar abertamente sobre como abandonou o Botox, viu sua imagem ser usada sem permissão em um vídeo publicitário que circulou no TikTok. No conteúdo, uma versão digital da influenciadora aparece promovendo um produto da marca Skaind Official, com elogios que, segundo ela, jamais foram feitos. “Isso pode acontecer com qualquer um e vai piorar muito”, alertou ela em um vídeo de resposta.
A influenciadora compartilhou imagens comparativas entre o deepfake e seus vídeos reais, mostrando como o conteúdo enganoso usou trechos manipulados de um suposto podcast — que, na verdade, nunca existiu.
A empresa responsável pelo cosmético, que se apresenta como especializada em produtos veganos e naturais, alegou que uma agência terceirizada produziu o vídeo e que os rostos utilizados teriam sido obtidos em uma plataforma de avatares de IA “livres de direitos autorais”. No entanto, Lorre afirma que imagens reais de seus vídeos também foram utilizadas indevidamente.
Outro homem presente no vídeo falso também veio a público afirmar que não participou da gravação. Ele comentou: “Para todo mundo, eu sou o cara do vídeo — mas não sou eu. Nunca conheci a Arielle.”
A influenciadora declarou que enviou uma notificação extrajudicial à marca, mas relatou ter sido bloqueada em seguida. Já a Skaind afirmou, em nota, que retirou o conteúdo do ar assim que foi informada da situação e rompeu o contrato com a agência envolvida.
O caso levanta um debate urgente sobre consentimento digital, proteção de imagem e os limites do uso da IA em campanhas publicitárias. A facilidade com que deepfakes podem ser criados mostra que, sem uma regulamentação clara, qualquer pessoa — famosa ou não — pode se tornar alvo de manipulações perigosas.