Entenda as polêmicas e os desafios que afastam os clubes do Brasil do famoso game de futebol EA FC 25
(Foto: Divulgação)
Desde os tempos de FIFA Soccer, o game de futebol da EA enfrenta uma polêmica: a falta de uma Liga Brasileira oficial e a ausência de elencos reais nos times nacionais. Embora alguns clubes apareçam na Libertadores da América, eles trazem jogadores genéricos, uma grande frustração para os fãs. Mas por que isso acontece? A resposta está em uma complexa mistura de direitos de imagem, contratos pouco vantajosos e disputas legais.
Direitos de imagem e a Lei Pelé
A base do problema está na legislação brasileira. Desde 1998, a Lei Pelé garante aos jogadores brasileiros o controle sobre a exploração comercial de suas imagens. Isso significa que a EA precisaria negociar diretamente com cada atleta para utilizá-los no game. No passado, essa negociação era feita apenas com os clubes, que nem sempre repassavam valores aos jogadores ou sequer informavam sobre o uso de suas imagens.
Essas brechas legais resultaram em inúmeros processos contra a EA. Jogadores como Jonathan Calleri e Rafinha, ambos do São Paulo, estão entre os que acionaram a empresa na justiça. Há rumores de que centenas de processos similares aguardam julgamento.
A questão financeira e os contratos com clubes
Outro fator é o baixo valor oferecido pela EA aos clubes brasileiros. Fontes revelam que equipes como Flamengo e Corinthians recebiam cerca de R$ 30 mil pelo licenciamento, enquanto a rival Konami pagava até 200% mais. Além disso, a Konami firmou um contrato com a CBF para incluir competições nacionais e até times da Série B em seu jogo, criando uma relação mais vantajosa para os clubes brasileiros.
Por outro lado, a EA optou por priorizar contratos com a CONMEBOL para reproduzir a Copa Libertadores no game, o que explica a presença parcial dos times brasileiros apenas nesse contexto.
(Foto: Divulgação)
Contratos incompletos para jogos eletrônicos
Os contratos dos jogadores brasileiros também contribuíram para o impasse. No passado, muitos documentos limitavam o uso de imagem a mídias tradicionais, como TV e álbuns de figurinhas, sem prever a presença em games. Essa lacuna gerou insatisfação, já que os jogadores não recebiam nada enquanto a EA lucrava milhões com vendas globais.
Isso motivou a mobilização de atletas e empresários para exigir um pagamento justo, o que complicou ainda mais as negociações futuras.
Por que outras ligas estão no jogo?
A ausência brasileira contrasta com a presença oficial de ligas como a inglesa, alemã e até a argentina. Isso acontece porque esses países possuem contratos unificados, em que os direitos de imagem são negociados diretamente pelas ligas ou federações. Além disso, os valores recebidos são redistribuídos de forma clara entre clubes e jogadores, minimizando conflitos.
(Foto: Divulgação)
E os clubes brasileiros que aparecem no jogo?
Os times nacionais que surgem no EA FC 25 estão vinculados ao contrato com a CONMEBOL. Isso permite a reprodução da Copa Libertadores e dos uniformes oficiais, mas os jogadores continuam genéricos, já que o contrato não cobre os direitos de imagem dos atletas.
Há esperança para o futuro?
Embora o cenário atual seja desanimador, a criação das ligas LIBRA e LFF no Brasil pode trazer mudanças. Essas entidades prometem organizar direitos de transmissão e imagem de forma mais eficiente, facilitando negociações com empresas como a EA.
Se isso será suficiente para trazer os clubes brasileiros de volta ao jogo, só o tempo dirá. Por enquanto, os fãs terão que se contentar com as aparições limitadas na Libertadores.