Flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho são as palavras-chave do futuro
(Foto: Divulgação)
Historicamente, as novas gerações moldam o mercado de trabalho com suas perspectivas inovadoras. Depois do “Quiet Quitting”, em que profissionais defendem limites claros entre vida pessoal e profissional, surge uma nova tendência chamada “Lazy Job”. Embora o termo signifique literalmente “trabalho preguiçoso”, o conceito está longe de promover a inatividade. Ele aponta para uma nova abordagem no ambiente corporativo, onde o foco é a busca por trabalhos menos estressantes, bem remunerados e que garantam flexibilidade.
A influenciadora Gabrielle Judge, de 26 anos, foi quem popularizou o termo ao compartilhá-lo no TikTok. Após trabalhar em uma empresa com boas condições, Gabrielle percebeu que muitas atividades diárias não exigiam oito horas de dedicação e que o tempo gasto em deslocamentos poderia ser mais bem aproveitado. Insatisfeita com o formato tradicional, decidiu apostar no “Lazy Girls Job”, criando uma tendência que viralizou. “Todos nós percebemos que nossos trabalhos não levam 8 horas para serem realizados e muito do tempo ocupado no escritório não é produtivo”, explicou Gabrielle.
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Apesar do nome, essa tendência não é sinônimo de desleixo ou falta de comprometimento. Segundo especialistas, ela baseia-se em quatro pilares principais:
Horários flexíveis, com preferência por formatos remotos ou híbridos.
Remuneração justa, alinhada às condições de mercado.
Menos estresse, com atividades planejadas de forma eficiente.
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional, permitindo tempo para cuidados com a saúde e outras áreas da vida.
“Essa tendência envolve, de forma geral, a ideia de ter um emprego que ofereça boa remuneração, mas que não exija um esforço excessivo”, afirma Vitor Silvério, gerente de parcerias na Robert Half. A mentalidade proposta pelo “Lazy Job” está alinhada com os valores da Geração Z, que valoriza oportunidades diversas, adaptabilidade e uma nova definição de sucesso.
Conforme novas gerações entram no mercado, cada vez mais vemos mudanças no modelo de trabalho. A Geração Z, impulsionada por experiências como a pandemia, busca constantemente equilíbrio e reinvenção. Gabrielle Judge acredita que essa abordagem desafia os modelos tradicionais: “A geração mais jovem está interessada em progredir por meio da aprendizagem de novas competências e da procura da melhor oferta de emprego.”
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Entretanto, é importante observar os desafios potenciais. Especialistas como Milena Brentan destacam que o “Lazy Job” não é adequado para todos os contextos, podendo levar à estagnação profissional ou dificultar o desenvolvimento de novas competências.
Por outro lado, o modelo também abre espaço para uma reflexão importante sobre o futuro do trabalho, especialmente em um cenário onde lideranças precisam equilibrar expectativas de diferentes gerações e aproveitar o que há de melhor em cada abordagem.
O “Lazy Job” não é apenas uma tendência, mas um convite a repensar as dinâmicas de trabalho no mundo atual. Seja aderindo ou analisando seus pontos positivos e negativos, entender essa abordagem é essencial para acompanhar as transformações no mercado. Afinal, cada geração deixa sua marca, e o importante é encontrar soluções que unam produtividade e qualidade de vida.