O CEO da Meta, Mark Zuckerberg argumenta que a conexão entre o uso de redes sociais e os impactos na saúde mental de jovens ainda não é comprovada de forma conclusiva
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Mark Zuckerberg, cofundador e CEO da Meta, recentemente defendeu suas plataformas, incluindo Facebook e Instagram, contra as crescentes acusações de que redes sociais prejudicam a saúde mental de jovens. Em entrevista ao The Verge, o empresário argumentou que "muitos dados sobre o assunto não estão no mesmo sentido da narrativa" popular, que costuma criticar o impacto das redes, especialmente em adolescentes.
Zuckerberg afirma que "a maioria das pesquisas de alta qualidade sugerem que não há uma conexão causal em larga escala entre essas coisas", referindo-se ao suposto vínculo entre redes sociais, problemas de saúde mental e a criação de padrões de vida irreais por influenciadores. Ainda assim, o CEO reconhece que o assunto permanecerá em pauta e provavelmente resultará em mais discussões e ações judiciais nos próximos anos, à medida que o impacto das plataformas é analisado mais de perto.
Na entrevista, Zuckerberg também destacou os esforços da Meta para combater problemas como bullying e o uso excessivo de redes sociais por crianças e adolescentes. Ele reconhece as dificuldades de limitar o acesso a essas plataformas, mas enfatiza que a empresa tem responsabilidade em oferecer soluções: "Você pode ter um papel em tentar tornar algo melhor, mesmo se essa coisa não tiver sido causada por você em primeiro lugar."
Anteriormente, Zuckerberg sugeriu que Apple e Google, responsáveis pelos sistemas operacionais iOS e Android, poderiam monitorar melhor o uso de smartphones por crianças, além de seguir as diretrizes do governo, caso novas leis sejam implementadas. Ele explicou que a Meta prefere "alinhar com os pais e fornecer as ferramentas que eles querem para conseguirem criar os filhos da maneira que desejarem". Um exemplo disso foi o lançamento de uma conta especial para adolescentes no Instagram e a mudança no algoritmo de recomendações, que agora filtra postagens para menores de idade.
Apesar da defesa de Zuckerberg, é importante lembrar que, em 2021, o próprio Facebook divulgou uma pesquisa interna que sugeria que redes sociais, especialmente o Instagram, poderiam ter um efeito negativo na saúde mental de jovens, em particular das meninas adolescentes. Esses relatórios internos destacaram que a pressão por uma aparência perfeita e a constante comparação com influenciadores criavam um ambiente prejudicial para o bem-estar psicológico de muitos usuários jovens.
Zuckerberg, no entanto, não abordou essas descobertas diretamente na entrevista, focando em argumentar que o impacto das redes sociais na saúde mental ainda não está plenamente comprovado por estudos de larga escala. Isso coloca a Meta em uma posição delicada, tentando equilibrar sua responsabilidade social com o crescimento e a popularidade de suas plataformas.