Pesquisadores desenvolvem técnica inovadora para cortar o suprimento energético das células cancerosas
(Foto: Divulgação)
O combate ao câncer de mama pode ter dado um passo significativo com o desenvolvimento de uma nova técnica brasileira que visa reduzir o fornecimento de energia essencial para o crescimento dos tumores. Cientistas brasileiros descobriram um método promissor para enfraquecer as células cancerosas ao atacar dois componentes críticos que elas usam para obter energia.
A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e publicada na revista Nature Communications, foi destacada no portal da FAPESP.
As células cancerosas possuem uma demanda energética muito alta para seu rápido crescimento e proliferação. Esse processo energético é crucial para sua sobrevivência e expansão. A nova abordagem desenvolvida pelos cientistas brasileiros foca em dois alvos principais: a enzima glutaminase e a proteína HuR.
“A primeira converte glutamina em glutamato, um composto essencial para a produção de energia nas células cancerosas. Manipular a proteína HuR faz com que as células cancerosas se alimentem menos e, consequentemente, enfraqueçam.”
Com o objetivo de potencializar a eficácia do tratamento, os pesquisadores tomaram a inovadora decisão de atuar sobre a proteína HuR. Esta proteína regula a expressão de genes que controlam o metabolismo energético das células. Ao reduzir a atividade da HuR, as células cancerosas se tornam ainda mais dependentes da glutamina, tornando-se mais vulneráveis à inibição.
A combinação da inibição da glutaminase com a redução da atividade da HuR mostrou-se uma estratégia eficaz para combater o câncer de mama. Douglas Adamoski, principal autor do estudo, comentou à agência FAPESP: “‘Ao reduzir a HuR e, ao mesmo tempo, inibir quimicamente a glutaminase, conseguimos diminuir significativamente o crescimento e a invasão das células de câncer de mama.’”
Com os resultados promissores, a nova técnica representa uma possível rota para terapias mais direcionadas e eficientes contra o câncer de mama. O estudo contou com a colaboração de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Washington University School of Medicine (Estados Unidos), University of Medicine Iuliu-Hatieganu (Romênia) e Universidade do Texas (Estados Unidos).
Essa abordagem inovadora abre novas possibilidades no tratamento do câncer de mama, oferecendo uma esperança renovada para pacientes e profissionais de saúde.