Os primeiros capítulos da série de Star Wars foram lançados no Disney Plus nesta semana
(Disney/Reprodução)
A série Obi-Wan Kenobi é, sem sombra de dúvidas, um dos principais lançamentos da saga Star Wars dos últimos anos. A produção, ao mesmo tempo inédita e nostálgica, chega ao serviço do Disney Plus como um aprofundamento às aventuras e legado do mestre Jedi do título; e no primeiro episódio, nota-se uma vontade da Disney em tornar a história mais carismática para o público juvenil.
Atenção: o texto abaixo pode conter SPOILERS a respeito da série "Obi-Wan Kenobi"
Já faz anos desde a última vez que os fãs tiveram contato com o Obi-Wan de Ewan McGregor, que volta aos holofotes de Star Wars para protagonizar o seriado. Por isso, o primeiro episódio começa com uma espécie de "resumão" dos Episódios I, II e III dos filmes (que antecedem a série nova). A partir disso, vamos descobrir onde está Obi, e o que ele está fazendo após a separação dos gêmeos Skywalker e o surgimento de Darth Vader.
O Jedi está escondido no planeta Tatooine, observando Luke Skywalker (ainda criança) até o momento certo de abordá-lo a respeito da Força. Contudo, os próprios Jedi estão despedaçados após a ascensão do Império e o início da Ordem 66 para derrubá-los — enredo que, para quem viu o Episódio IV dos filmes, não é novidade. Como Obi poderia falar com Luke? Nem o próprio mestre sabe, e o protagonista se mantém recluso numa caverna enquanto os Jedi são caçados pela galáxia.
Este é o enredo básico de Obi-Wan Kenobi. Contudo, quando avançamos no episódio piloto, descobrimos que a aventura será inicialmente ao redor de outra personagem: Leia Organa, também ainda criança e que é raptada por caçadores de recompensas a mando de Darth Vader e os Inquisidores; principalmente da explosiva Inquisidora Reva (feita por Moses Ingram). A Disney fez um bom bait com os trailers da série, ao que Leia não havia sido foco de nenhuma ação promocional.
O seriado promete logo no começo. Mesmo que o espectador conheça pouco sobre Star Wars, o interesse em assistir surge com um storytelling nada complexo, misturado à nostalgia que cerca o universo de George Lucas só no fato de existir. Ewan McGregor entrega a paciência e desolação que existe na personalidade do mestre Jedi, que poderá ser um ótimo contraponto a Reva no futuro — a personagem quer exterminar Obi de qualquer forma. Darth Vader (Hayden Christensen) ainda não apareceu, mas o medo que o antagonista surte sobre a galáxia é notável pelas ações de Reva e os outros Inquisidores: eles mandam e pronto.
Moses Ingram é uma ótima adição aos Sith, inclusive. O semblante da espadachim é autoritário, e no piloto há algumas tentativas dela ultrapassar o limite nos interrogatórios com civis; e quando é barrada pelos comparsas, é como se Reva fosse impedida de cumprir seu maior objetivo de vida. Ela pode vir a ser, no decorrer da produção, a figura mais interessante de Obi-Wan Kenobi.
Existe uma motivação da Disney em tornar Obi-Wan Kenobi um seriado "family friendly" também. A história é amistosa e um tanto quanto simples (o que não é algo negativo), além do fato de Obi carregar motivações paternas por Luke e Leia; e também por Vader. O personagem sabe que falhou como mestre de Anakin, e suas expressões denotam uma vontade de fazer o certo dessa vez. Será interessante ver como acontecerá o encontro entre Jedi e Padawan com o avançar da trama.
E a qualidade técnica da Disney continua presente. A atmosfera do planeta Tatooine é contemplativa, e o trabalho da diretora canadense Deborah Chow em The Mandalorian se repete aqui; a respeito da produção e ambientação de Star Wars, não é reclamações. Até o tecnológico planeta Alderaan, que deve ter quase nada de cenário internos em estúdio, convence. A Disney segue arrasando com as séries originais da criação de George Lucas.
Se você gosta de Star Wars, saiba que Obi-Wan Kenobi parece ser uma história que, mesmo com os acontecimentos do Episódio IV, seguirá para um final esperançoso e mamão com açúcar. Quem viu a saga já conhece o encontro de Luke com Obi, as batalhas contra Darth Vader e a vitória da República e dos rebeldes. Mas é instigante conhecer mais do que aconteceu entre um filme e outro, como já foi feito com os longas Rogue One (2016) e Han Solo (2018): por que não, não é mesmo?
É especial, por que é Star Wars. É especial porque é o mestre Jedi mais querido do universo, e o que ajudou Luke a ser guiado para o lado bom da Força.
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