Filme de Nolan Oppenheimer Gera Debates sobre Uso de Armas Nucleares
(Foto: Divulgação)
O filme "Oppenheimer", dirigido por Christopher Nolan, chegou recentemente aos cinemas japoneses, oito meses após sua estreia no Brasil e nos Estados Unidos, causando divisão de opiniões entre o público japonês.
O longa, que retrata a vida do físico Julius Robert Oppenheimer, um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da bomba atômica, despertou críticas de algumas figuras importantes no Japão. O ex-prefeito de Hiroshima, Takashi Hiraoka, considerou o filme enviesado, afirmando que o horror das armas nucleares não foi adequadamente retratado. Ele sugeriu que o filme foi feito para validar a conclusão de que a bomba atômica foi utilizada para salvar vidas americanas.
Por outro lado, Toshiyuki Mimaki, sobrevivente do bombardeio de Hiroshima, expressou fascínio pela história de Oppenheimer, mas ficou surpreso pela ausência de uma representação mais impactante do bombardeio de Hiroshima no filme. Para ele, a perspectiva japonesa sobre os eventos não foi plenamente explorada.
Kazuhiro Maeshima, professor especializado na política dos Estados Unidos, descreveu o filme como uma "consciência americana", sugerindo que aqueles que esperavam uma narrativa anti-guerra podem ter se sentido decepcionados. No entanto, destacou que o filme representa uma mudança na maneira como a América encara sua história, especialmente considerando o contexto das armas nucleares.
Hiroyuki Shinju, advogado, argumentou que tanto o Japão quanto a Alemanha têm responsabilidades na guerra, e que o filme pode servir como um ponto de partida para discutir a legitimidade do uso de armas nucleares. Historiadores apontam que o Japão também estava desenvolvendo armas nucleares durante o período e quase as utilizou contra outros países.
Em suma, "Oppenheimer" não apenas levanta questões sobre a guerra e o uso de armas nucleares, mas também promove reflexões sobre a história e a responsabilidade das nações envolvidas no conflito.